Os quartzitos são rochas resultantes de metamorfismo de arenitos
quartzosos, riolitos silicosos, cherts, com pelo menos 95% de sílica livre (quartzo) nos termos da norma
americana ASTM C 616.
Estas rochas, são muito resistentes ao intemperismo e tendem a se destacar no
relevo, dando origem a serras e morros. Dentre os quartzitos brasileiros, os da
região da Serra do Espinhaço, na região entre Oliveira dos Brejinhos, Macaúbas
e Boquira, no estado da Bahia, foram os primeiros a terem uma maior expressão
internacional. Com uma massa fina e a beleza
conferida pelos cristais do mineral azul denominado de durmotierita (alumínio boro-silicatado), ganhou o mundo e tornou-se um material clássico, com as
terminologias comerciais de Azul Macaúbas, Azul Boquira.
Os quartzitos passaram a ter uma
maior importância com a evolução do processo tecnológico conferido ao setor
das rochas ornamentais após os anos 90, com a possibilidade de utilização das
resinas de base epóxi e a otimização do fio diamantado, inicialmente nas
pedreiras e posteriormente com as máquinas multifios nas unidades de
beneficiamento.
No estado do Ceará, já na
primeira década dos anos 2000, vários grandes corpos começaram a ser
trabalhados e geraram quartzitos conhecidos mundialmente como Nacarado,
Madrepérola, Taj Mahal, Perla Venata, Elegance, Victória Falls, Macallan,
Nayca, Chateau Blanc e mais recentemente Perla Santana, Avohai, Matira, Waya,
Guará e Calafatte.
Um aspecto bastante importante e
que deve ser referenciado, é que os quartzitos não são rochas tão abundantes. Segundo
Parker, R.L (1967) in Composition of the Earth’s Crust, estas rochas ocupariam
um percentual de 4% da crosta continental.
Temos portanto que entender que
os trabalhos de pesquisa destes materiais, serão desenvolvidos em áreas mais
restritas e que as zonas em produção devem ser consideradas e tratadas dentro
de uma estratégia, inclusive no tocante a oferta de blocos ao mercado.
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Quartzito | Azul Macaúbas |
Neste momento, é hora dos
produtores destes materiais buscarem equilibrar suas ofertas, estabelecerem uma
política de preços, ter cuidado com os blocos de segunda classificação e
buscarem a valorização destes materiais que tem engrandecido o setor de rochas
brasileiro.
Nos últimos anos, temos
assistido uma enorme gama de materiais exclusivos do Brasil, que passam da
“febre” ao “ocaso” em muito pouco tempo, tudo por falta de equilíbrio e de uma
ação comercial consistente. Onde andam materiais maravilhosos como o Juparaná Bordeaux,
Crema Bordeaux?
Todos os exportadores
brasileiros já aprenderam bastante na crise de 2008 e portanto é hora de uma
grande reflexão, no tocante ao relacionamento com a cadeia de distribuição dos
seus materiais, principalmente em função do trabalho comercial nos Estados
Unidos.
Um outro aspecto que deve ser
privilegiado e merecer bastante atenção dos produtores é no tocante a
terminologia das rochas. O setor tem que ficar muito atento para a
caracterização do tipo rochoso, pois já estão sendo comercializados alguns
materiais que não são quartzitos e utilizando a terminologia destes, buscando
pegar carona numa tendência de materiais com melhor resistência a abrasão.
Com este procedimento muitos
materiais não darão aos consumidores as respostas desejadas, e em muito pouco
tempo poderá sofrer desgaste perante os clientes, atrapalhando a possibilidade
de crescimento que os verdadeiros quartzitos podem apresentar nos próximos 20
anos.
Urge ainda, que as empresas do
setor priorizem programas de pesquisa mineral, pois os bens minerais não
ocorrem na natureza de maneira errática. As empresas necessitam criar seus
departamentos de geologia, liderados por profissionais experientes na avaliação
de ambientes geológicos e com isto gerarem as rochas necessárias para o
desenvolvimento das suas atividades de maneira competitiva.
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