segunda-feira, 11 de maio de 2020

[ARTIGO] A Normalização das Rochas Ornamentais no Brasil


A ISO - International Organization for Standardization criou recentemente 2 (dois) comitês técnicos relacionados ao setor de revestimentos, sendo que um deles é diretamente relacionado ao âmbito de atuação da Comissão de Estudos Especiais 187 - ABNT, que é a responsável pela criação e elaboração de normas do setor de rochas ornamentais no Brasil.


Os comitês criados pela ISO são:


-ISO/TC 327 - Natural Stones (liderança da ANSI-Estados Unidos)


-ISO/TC 328 - Engineered Stones (liderança da UNI-Itália)


A participação ativa no programa de trabalho que será desenvolvido por estes comitês técnicos é muito importante para o setor das rochas ornamentais no Brasil, pois por meio destes poderemos contribuir na redação dos documentos que serão elaborados internacionalmente e que posteriormente serão utilizados como a base de critérios do mercado consumidor em todo o mundo.


Para uma melhor compreensão do estágio atual e da atuação da ABNT em relação as normas do setor faremos um breve histórico e apresentaremos os principais conceitos sobre normalização, sendo muito importante enunciar que em 2012, a ABNT/INMETRO/IRD/CETEM desenvolveram o projeto ABNT ROCHAS, que produziu um diagnóstico sobre o setor de apoio e avaliação da conformidade das rochas ornamentais e de revestimento no Brasil. Em decorrência deste trabalho houve a instalação no âmbito da ABNT CEE-187.


             Nesta CEE-187, que tem participação dos principais técnicos especializados das universidades, centros de pesquisas, laboratórios e dos representantes dos produtores e consumidores, estamos tendo a oportunidade de análise e revisão das normas disponíveis e sobretudo a possibilidade de construir o ordenamento necessário para otimizar as necessidades do setor das rochas ornamentais.


1.  CONCEITOS E OBJETIVOS DA NORMALIZAÇÃO


A normalização é a atividade que estabelece prescrições comuns, que possibilitam aferir a qualidade dos produtos e serviços, contribuindo para melhorar a qualidade de vida, a saúde, a segurança e a preservação do meio ambiente, favorecendo ainda ao crescente intercâmbio e as relações comerciais. 


A ABNT enfatiza entre os principais objetivos da normalização os seguintes aspectos:


Comunicação: Aperfeiçoar os mecanismos de informação entre o fabricante e o cliente, aumentando a confiabilidade nas relações comerciais.


Economia: Com a simplificação dos processos é possível reduzir a crescente variedade de produtos. 


Eliminação de Barreiras Técnicas e Comerciais: A compatibilização de normas e especificações sobre produtos e serviços em diferentes países, permite a melhoria dos fluxos de comércio. 


Proteção do Consumidor: Estabelecer os critérios que permita aos usuários terem a segurança  no tocante a qualidade dos produtos. 


Segurança: Assegurar a confiabilidade dos produtos e serviços, como fator de proteção a saúde e a vida humana. 



2 . VANTAGENS DA NORMALIZAÇÃO


As principais razões para a utilização de normas em seus negócios, estão consubstanciadas em alguns aspectos, entre os quais são universalmente destacados:
 

Qualificação de produtos ou serviços


As normas contribuem para agregar qualidade e potencializa as vendas e o aumento da satisfação dos clientes. Os consumidores normalmente evitam adquirir produtos ou serviços de qualidade questionável.
 
Atração de clientes


As empresas que adotam normas, transmitem confiabilidade aos seus consumidores sobre a qualidade dos serviços e produtos ofertados. 


Aumento de competitividade 


A utilização de normas gera ganhos de produtividade e o consequente aumento das margens de competitividade. 


Confiabilidade do negócio


A percepção dos consumidores de que o fornecedor, adota procedimentos de conformidade com determinadas normas nos seus produtos e serviços, agrega confiança ao negócio, gerando ganhos importantes na relação comercial.


Otimizar a escolha 


O atendimento a requisitos de normas, assegura que o produto ou serviço, apresentará a qualidade e o desempenho desejado, diminuindo a possibilidade de erros.


Redução de custos 


A padronização de serviços e produtos simplifica o processo produtivo, facilitando a gestão da produção, favorecendo o aumento das operações, e  agregando maior rentabilidade ao negócio.


Compatibilidade 


Com a aplicação de normas e a adequação aos regulamentos, fica assegurado a conformidade dos seus produtos ou serviços, permitindo transitar livremente em qualquer  mercado.


Atender a regulamentos técnicos  


Os regulamentos são adotados por autoridades, e tem como tendência, que seja restrita aos requisitos associadas ao desempenho do produto, adotando como referência as normas técnicas, sobretudo internacionais. A adoção de normas confere ao fornecedor, segurança no tocante as suas responsabilidades civis.


Aumentar as exportações


A utilização de normas de produto e gestão, aumenta a confiabilidade na qualidade do objeto e gera a confiança necessária para a abertura de novos mercados.
 

Facilitar a estratégia de marketing


A adoção de normas como parte da estratégia de “marketing” e desenvolvimento comercial, aumenta suas chances de êxito, pois ajuda a criar valor e satisfação no cliente. As ações de “marketing” em mercados que utilizam normas reconhecidas possuem melhores condições para determinar que produtos ou serviços poderão interessar aos consumidores, assim como a maneira que será utilizada nas vendas, comunicações e no desenvolvimento do negócio.


3. O ESTADO DA ARTE

No Brasil estão em vigor as seguintes normas referentes ao setor das rochas ornamentais:




Os trabalhos da CEE-187 já concluíram a revisão das normas de terminologia, da norma de requisitos, métodos de ensaios e criamos a norma de resistência ao ataque químico - método de ensaio. 

No momento está em andamento no âmbito da CEE-187, a revisão da norma NBR 15846 que examina as fachadas ventiladas com inserts metálicos, além das normas de deslizamento e choque térmico que não fazem parte do ordenamento existente e que começaram a ser analisadas, e posteriormente serão levadas a consulta nacional.



Artigo por:

Carlos Rubens A. Alencar

Geólogo MsC.
Fundador do IBRO
Coordenador da CEE 187 - ABNT
 

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