No início dos anos 60 o visionário Guido Bissi, fez uma viagem para os Estados Unidos e outra posteriormente para a Europa com cerca de 50kg de amostras de pedras naturais brasileiras.
Naquela oportunidade ele não visitou nenhum cliente ou distribuidor, pois compreendia que o seu objetivo era de longo prazo e portanto necessitava conquistar os especificadores.
Nascia ali, a rocha brasileira no cenário mundial e certamente é parte da explicação da importância que a pedra natural brasileira passou a ter nos mercados americano e italiano.
Em 1963, pelas mãos de Jean Marcovaldi e Mário Bernadini, fomos pela primeira vez expor na feira em Sant'Ambrogio di Valpolicella.
Em 1967, foi criada a atual Revista Rochas de Qualidade, sob o nome de Revista Mármores e Granitos por Emanuel Mateus de Castro, e passamos a ter as primeiras formulações e ações de protagonismo dentro do setor.
Muitos anos depois e já em meados dos anos 80, o primado de Guido voltou a ser resgatado no Estado do Ceará, e isto justifica porque este é atualmente uma das mais importantes fronteiras e um dos novos caminhos da pedra natural.
Associado a compreensão da máxima de Giulio Conti, “prima la matéria”, foi iniciado um amplo programa de pesquisa mineral, participação profissional em eventos internacionais e um consistente trabalho junto aos profissionais de arquitetura, design e decoração.
Como resultante destas ações, o estado tem hoje aproximadamente 60 (sessenta) empresas pesquisando e extraindo pedras naturais, criou-se a Fortaleza Brazil Stone Fair que já vai para a sua sexta edição, assumiu o terceiro lugar entre os estados exportadores, e tem a única ZPE - Zona de Processamento de Exportação, que muito em breve terá em funcionamento algumas indústrias do setor.
Para buscar hierarquizar e instrumentalizar uma agenda de longo prazo, o IBRO - Instituto Brasileiro das Rochas Ornamentais, criou o fórum “Pensando o Setor em 2068”, e estamos na fase de construção da agenda e do mapa estratégico que será o roteiro das futuras ações.
Enfim, os resultados já começam a se consolidar e ficam evidenciados. Nestes dias passados, ouvimos o depoimento de um importante nome da arquitetura local: “aqui no Ceará, os clientes estão tendo muitas restrições aos revestimentos que não são naturais”.
Vamos continuar lutando e criando uma CULTURA DA PEDRA.
Artigo por:
Carlos Rubens Alencar
MsC. Geólogo
Fundador do IBRO
Originalmente publicado na Revista Rochas de Qualidade 09/2020
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