terça-feira, 9 de junho de 2020

[ARTIGO] "Prima la materia"



Sem pesquisa mineral, não há solução

Desde 2008 as exportações brasileiras de rochas ornamentais estão estagnadas, e neste período as empresas tiveram um importante crescimento nas suas estruturas comerciais. Foi ainda o momento onde os granitos superexóticos e sobretudo os quartzitos - que são rochas de alto valor agregado - tiveram o seu melhor desenvolvimento.

Mas, o que houve?

Certamente que o avanço dos produtos concorrentes em cima das fragilidades dos produtos naturais foi determinante.

O pouco entendimento da importância dos ensaios de caracterização tecnológica, levou a que tivéssemos gerado uma enorme gama de materiais que não atendem aos requisitos mínimos de normalização, e por conseguinte perdemos espaço para produtos que preenchem esta lacuna.

Este não é o momento de ressaltar os erros, eles existem e o mercado vai nos ensinando, mas certamente é imperativo que devemos avaliar as perspectivas para o futuro e neste sentido as necessidades saltam aos olhos.

Conforme sempre enunciava Giulio Conti: “Prima la materia”.

Como entender que a quase totalidade das nossas empresas não possuam equipes de pesquisa mineral estruturadas? As rochas ocorrem na natureza em função de contextos geológicos bem caracterizados, portanto temos que ter bem definidos: o que? onde? e, como pesquisar?

Com o apoio de profissionais de geologia que conheçam as características do mercado, que sejam especialistas em avaliação de ambientes geológicos, e uma boa equipe de geólogos de campo, as descobertas serão uma consequência e certamente as empresas que assim procederem irão assumir um importante protagonismo e terão enormes ganhos de competitividade.

Certamente que sem pesquisa mineral não há solução e os avanços do setor de rochas ornamentais estarão limitados.


Artigo por:

Carlos Rubens Alencar
Geológo MsC.
Fundador do IBRO
Coordenador da CEE-187 ABNT

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