sexta-feira, 8 de abril de 2022

Setor de rochas ornamentais amplia exportação para a Itália com 2ª remessa acima de 15 mil toneladas

O setor de rochas ornamentais amplia a exportação para o Porto Marina di Carrara, na Itália. Neste ano, a primeira remessa de 15 mil toneladas de blocos saiu no começo de fevereiro e outra com cerca de 20 mil toneladas partirá em maio do Porto do Pecém. Na operação, estão envolvidas em torno de 40 empresas.

A informação ao O POVO foi dada por Carlos Rubens Alencar, presidente do Sindicato das Indústrias de Mármores e Granitos do Estado do Ceará (Simagran-CE), em primeiro Almoço Empresarial da nova gestão 2022 da Associação dos Jovens Empresários de Fortaleza (AJE), que tem como Coordenador Geral George Martins.

O evento teve como convidado o presidente do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, Danilo Serpa, que frisou no discurso a consolidação da rota para a Itália, um dos principais centros de distribuição do produto no mundo. Segundo Carlos Rubens, no geral, o fluxo de exportação se fixou, em média, a cada dois meses. O movimento de ter linhas frequentes de navios começou há três anos.

E o país italiano realmente é o principal comprador das rochas ornamentais, cujo valor de compras chegou a crescer acima de 147% no ano passado, ultrapassando os Estados Unidos, conforme estudo "Setorial em Comex de Rochas Ornamentais", produzido pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).

Para se ter ideia, em 2018, mais de 21 mil toneladas de rochas ornamentais seguiram do Ceará para o país europeu. O número já era 5% superior ao volume registrado em 2018, com 20.757 mil toneladas.

Carlos Rubens considera um grande avanço a exportação pelos portos cearenses, já que antes se retiravam as rochas do Ceará, que eram transportadas para Cabedelo, na Paraíba, ou direto para o Espírito Santo, onde eram beneficiadas exportadas por lá.

Sobre a entrada de empresas do setor na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará, o empresário relembra que em 2016 houve uma manifestação muito forte de interesse de instalação na área, mas que o movimento arrefeceu por não haver disponibilidade de terreno à época.

"Agora que as coisas estão clareando e que, inclusive, o próprio marco regulatório da ZPE foi alterado, permitindo que um um volume maior de produção possa ser comercializado no mercado interno, já existem algumas empresas que voltaram a manifestar interesse", detalha.

Atração de novas empresas
A expectativa é que em dois a três anos haja cerca de cinco empresas de rochas ornamentais operando dentro da ZPE, no Complexo do Pecém. Com isso, Carlos Rubens fala em ser o quarto ou quinto setor mais importante da economia do Ceará.

Atualmente, a exploração de rochas é mais avançada em regiões que vão desde Sobral até Granja, Viçosa do Ceará, Uruoca, Martinópole, Massapê. Mas tem também Santa Quitéria, que é um ponto tradicional do Branco Ceará, produto utilizado para piso de shoppings, por exemplo, aeroportos. Ainda há polos se desenvolvendo em Banabuiú e Mombaça.

Em relação à formação de capital humano para sustentar este crescimento, o empresário diz que o MBA de Gestão e Utilização de Rochas em Obras Civis em parceria do IEL Ceará e a Faculdade da Indústria, já procura orientar profissionais, que atuam na área de arquitetura e construção civil, sobre o conhecimento básico para a escolha e aplicação adequada do revestimento pétreo e como evitar as eventuais patologias.

"A primeira turma que a gente lançou já tem 25 alunos e deve terminar meados do próximo ano, porque são 24 meses incluindo o prazo do TCC). Agora estamos no terceiro módulo. Agora, paralelo a isso, a gente tem outros tipos de treinamento, e a gente utiliza a estrutura do SENAI. Estamos aqui estruturando primeiro pra atender a uma demanda da parte de marmoraria, porque essa parte da extração, da indústria, existe uma certa mão de obra e que exige uma qualificação ainda muito maior."

ZPE
Com o novo Marco Legal das Zonas de Processamento de Exportações (ZPEs), o setor projeta crescimento da cadeia produtiva no Ceará. Isso porque, dentre outros pontos, empresas instaladas na ZPE do Pecém não estão mais obrigadas a destinar 80% da produção para o exterior

Fonte: O Povo

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