Mais um ano se passou.
Nestes dias de descanso, conversei com alguns amigos “das
antigas” e passadas as atualizações de costume, a frase que nos une há 50 anos
aflorava:
“Como estão os Mármores?”
O primeiro impulso foi sempre o protocolar: “muito bem” - afinal
nós vivemos a pedra natural desde o período em que o setor no Brasil exportava
menos de US$ 20 milhões por ano.
Risos e recordações a parte, vinham as reflexões - ou seriam
preocupações?
E nós, aonde vamos?
Esta frase imortalizada por Gloria Magadan em 1970, permeia
as ansiedades no mundo dos mármores desde este tempo.
E por que mármores?
Ah! porque era assim.
O "granito del foro”, no fórum Trajano - Roma, que é um
dos primeiros trabalhos onde a pedra natural foi denominada de granito, era na
realidade um mármore.
No nosso Brasil, apesar de haver registros de exportação de
chapas do Preto Tijuca na época da 2ª guerra mundial, o granito tal como
conhecemos atualmente somente viria a surgir nos anos 60, sobretudo em São
Paulo e no Rio de Janeiro.
No final dos anos 70, os granitos começaram a ganhar força
no Espírito Santo, onde teve início um novo ciclo após meados da década de 90, e
a produção dos granitos se expandiu, momento em que o Brasil assumira um
importante protagonismo no mercado mundial.
Em 2013 as exportações brasileiras atingiram US$1,3 bilhões
e encerraram um ciclo contínuo até então de evolução.
Por que parou? Parou por quê?
Ao longo desta trajetória, o setor das pedras naturais do
Brasil assumiu posição entre os 5 mais importantes players mundiais, possuindo empresas
com o mais alto nível de incorporação tecnológica, dominando sem limitações o
processo produtivo e gerando mão de obra especializada e qualificada.
Deve ainda ser enfatizado que, na evolução deste processo houve
a intensificação da participação das empresas brasileiras nas mais importantes
feiras mundiais, além do aprimoramento de suas áreas comerciais.
Então, o que fazer para continuar evoluindo os números?
Acreditamos que as respostas passam pela compreensão do
setor sobre a necessidade de construir-se uma agenda estratégica, pois
certamente sem a definição dos eixos estruturantes e a construção de um mapa de
ações, não haverá solução e permaneceremos estagnados.
Até quando continuaremos andando de lado?
Porque não exportarmos US$3 bilhões/ano até 2030?
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